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Curso de Engenharia de Petróleo
Fortaleza, quarta-feira, 24 de abril de 2024
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O refino do petróleo, uma das atividades da indústria de downstream, tem um papel de bastante importância, haja vista que a grande maioria dos meios de transporte é movida a combustíveis fósseis. O petróleo cru não possui muitas utilidades, e por isso deve ser refinado para que possamos utilizar seus produtos. Desde a descoberta do petróleo tem-se tentado cada vez mais otimizar os processos de refino para aumentar o rendimento dos substratos do petróleo. Então para entender melhor os processos que constituem a engenharia de Refino, é importante conhecer a composição química do que será refinado. O óleo cru é uma mistura complexa composta principalmente por carbono e hidrogênio em diferentes proporções, pequenas quantidades de compostos orgânicos contendo enxofre, oxigênio, nitrogênio e metais como níquel, ferro e cobre, como é possível visualizar na tabela 1. Vale salientar que quanto maior for a proporção hidrogênio/carbono, melhor será para a refinaria, já que assim terá um menor custo de processamento. É necessário identificar a classificação do petróleo em relação a seus constituintes; a quantidade das frações que podem ser obtidas e as características físicas e químicas, pois dependendo de suas propriedades ele será encaminhado para uma determinada refinaria.
 
O petróleo é classificado em várias classes:
 
  • Parafínica (75% ou mais de parafinas)
  • Parafínico-naftênica (50% - 70% parafinas, >20% de naftênicos)
  • Naftênica (>70% de naftênicos)
  • Aromática intermediária (>50% de hidrocarbonetos a aromáticos)
  • Aromático-naftênica (>35% de naftênicos)
  • Aromático-asfáltica (>35% de asfaltenos e resinas)

Existem vários tipos de refinarias, na figura 1 é ilustrado um fluxograma de uma refinaria moderna. Os fatores determinantes para seu fim são estes:
 
  • Tipos de produtos
  • Legislação ambiental
  • Análise e qualidade do óleo cru
  • Integração refinaria-petroquímica
  • Desenvolvimento de nova tecnologia
 
O petróleo pode ter diferentes destinos em uma refinaria, que são definidos após análises de suas propriedades. Primeiramente, o óleo cru é dessalgado e depois introduzido em uma coluna de destilação atmosférica. Após isso, dependendo da qualidade do óleo e dos produtos desejados a serem produzidos, ele é encaminhado para as unidades apropriadas.
 
Os processos de refino são divididos em:
 
  • Separação física
  • Conversão química catalítica
  • Conversão termoquímica

A separação física consiste em trabalhar com as propriedades físicas para a separação dos substratos. Dentre essas propriedades físicas, pode-se citar o ponto de ebulição, a densidade e a viscosidade. Tratar de conversão química catalítica é envolver vários tipos de catalisadores, os quais são escolhidos de forma bastante criteriosa dependendo do sub-processo pelo qual o substrato irá passar. Dentro da separação física existe a destilação de óleo cru, desasfaltação por solvente, extração por solvente e desparafinização por solvente. Já na conversão química catalítica, os substratos passam por reforma, hidrotratamento, hidrocraqueamento,alqui-lação e isomerização. Para finalizar, os processos de conversão termoquímica são o coqueamento retardado, flexicoqueamento, viscorredução. Depois dos vários processos de refino, uma refinaria pode gerar diversos produtos finais, tais como GLP, gasolinas de aviação e automotiva, solventes em geral, querosene para aviação (QAV), querosene comum, óleo combustível destilado, óleo diesel combustível, lubrificantes, graxas e parafinas.
 
 
 
 
Fonte: Texto produzido pelos alunos da Primeira Turma do Curso de Engenharia de Petróleo da UFC com base nos livros " O Universo da Indústria Petrolífera- Da Pesquisa à Refinação", de José Salgado Gomes. Fundação Calouste-Gulbenkian, Portugal, 2ª Edição, 2011 e "Fundamentos de Engenharia de Petróleo", de José Eduardo Thomas. Editora Interciência, 2001.