Perfuração
Feitos os estudos geológicos e delineado o local de melhor probabilidade de existência de petróleo, vem a seguir a perfuração de um poço de petróleo para averiguar essa existência. A esse poço, como veremos adiante, dá-se o nome de poço pioneiro. A perfuração é feita utilizando-se uma sonda. A sonda é basicamente uma máquina de perfuração muito potente cujos componentes principais são estes:
 
  • Equipamento de transmissão de potência, podendo consistir em motores a combustão ou híbridos;
  • Mastro e subestrutura que podem ser fixos, montados num atrelado ou dinâmicos (caso do offshore);
  • Equipamento de elevação da tubagem (drill pipes);
  • Equipamento de manuseamento de tubagens (guinchos pneumáticos, mesa de rotação etc.);
  • Sistema de circulação de lamas (tanques, bombas de circulação, equipamento de mistura e tratamento de químicos, equipamento de separação de sólidos e de gases etc.);
  • Instrumentos de medida( de peso, de pressão, de rotação, de velocidade de penetração, de caudal, de nível nos tanques, de densidade da lama, de detecção de gás, de detecção de caudal anular, etc.);
  • Equipamento de controle e segurança (well control) tais como [BOP –
blowout preventer, choke manifold, painéis de controle do BOP, incluindo controle remoto, tanques trip and strip, válvulas no standpipe e linha de controle do poço(kill line), etc.
 
As sondas são classificadas em duas categorias: as terrestres, que são todas semelhantes e as marítimas, que podem ser divididas em cinco tipos básicos, cada um designado para perfurar em um meio marítimo específico, que são: barcaças, auto-eleváveis, fixas, semi-submersíveis e navios-sonda. 
 
As fases de perfuração de um poço de petróleo são as seguintes:
 
  • O tubo condutor: a primeira operação em um poço é a descida de um tubo condutor para conduzir a lama de perfuração, que retorna do fundo do poço, para os tanques de lama.
  • A fase de superfície: concluída a fase acima é instalada a base guia permanente, onde irá ser apoiado o BOP e acunhado o revestimento que será descido nesta fase. Entre os comandos, são colocados estabilizadores, a fim de evitar que o poço desvie da vertical o mínimo possível e, acima destes comandos são conectados os tubos heavywate (tubos de perfuração pesados). Tanto os comandos quanto os tubos são conectados um a um, à medida em que o poço vai ganhando profundidade. Acima deste conjunto será conectado à haste quadrada (Kelly), para dar o movimento de rotação (pela mesa rotativa) à broca.

Com todos esses sistemas conectados, inicia-se a perfuração, começando por injetar lama, através do sistema de circulação, para arrastar os cascalhos produzidos pela broca, no fundo do poço.
Nesta fase é previsto descer um revestimento para proteger e isolar o poço das formações superficiais, que são mais inconsolidadas. Este revestimento é constituído por tubos de aço especial que serão cimentados no fundo do poço até a superfície, ou até uma profundidade calculada, dependendo do programa do poço. Após a cimentação será instalado o BOP, para garantir a segurança do poço ao se prosseguir a perfuração.
 
  • Fase intermediária: após aguardar a fixação do cimento e a instalação e teste de pressão, que é feito no BOP (para verificar se há vazamento neste conjunto, válvulas e flanges que estão instalados), prossegue a perfuração, com brocas de menor diâmetro. Depois de atingida a profundidade programada, o poço é perfilado (para ver se há zonas de hidrocarbonetos) e, em seguida é condicionado para descer e cimentar o revestimento intermediário.
  • Fase final de produção: prossegue-se a perfuração com brocas de menor diâmetro até a profunidade do próximo revestimento ou a profundidade final, conforme seja programado. O poço é então perfilado, com todos os perfis que possam indicar se há zonas de óleo ou gás, definindo se o poço tem chance de ser produtor ou não. No caso de o poço ser produtor, poderá ser descido um revestimento que funcionará como revestimento de produção. No caso de o poço ser seco, não será descido o revestimento e o poço será tamponado.
 
 
 
 
Fonte: Texto produzido pelos alunos da Primeira Turma do Curso de Engenharia de Petróleo da UFC com base nos livros " O Universo da Indústria Petrolífera- Da Pesquisa à Refinação", de José Salgado Gomes. Fundação Calouste-Gulbenkian, Portugal, 2ª Edição, 2011 e "Fundamentos de Engenharia de Petróleo", de José Eduardo Thomas. Editora Interciência, 2001.